ATA DA QUADRAGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO SOLENE DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA NONA LEGISLATURA, EM 29.10.1987.

 


Aos vinte e nove dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre, em sua Quadragésima Segunda Sessão Solene da Quinta Sessão Legislativa Ordinária da Nona Legislatura, destinada à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Manoel dos Santos Martins, concedido através do Projeto de Resolução n° 03/87 (proc. n° 438/87). Às dezesseis horas e vinte e dois minutos, constatada a existência de “quorum”, o Sr. Presidente declarou abertos os trabalhos e convidou os Líderes de Bancada a conduzirem ao Plenário as autoridades e personalidades presentes. Compuseram a Mesa: Ver. Frederico Barbosa, 2° Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos da presente Sessão; Prof. Dante de Laytano, Presidente da Academia Rio-grandense de Letras; Prof. Darcy Luzzatto, Presidente da Câmara Rio-grandense do Livro; Dr. Hugo Ramirez, Presidente da Estância da Poesia Crioula; Sr. Manoel dos Santos Martins, Homenageado; Ver. Hermes Dutra, proponente da Sessão e, na ocasião, Secretário “ad hoc”. A seguir, o Sr. Presidente concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Ver. Hermes Dutra, em nome das Bancadas do PDS, PDT, PFL, PCB, PT, PSB, PL e PC do B, discorreu sobre a importância do trabalho do Editor, o qual participa ativamente da vida cultural da comunidade. Teceu comentários sobre a vida e o trabalho do Sr. Manoel dos Santos Martins (Martins Livreiro), cujo espírito pioneiro e o amor aos livros fez com que percorresse o interior do nosso Estado, num pequeno caminhão abarrotado de livros, levando cultura para nosso povo. Ressaltou a importância do livro para o homenageado, o qual se acha intrinsecamente ligado à literatura, comentando a feliz coincidência desta homenagem estar sendo feita no “Dia Nacional do Livro”. Ao final, congratulou-se com o Sr. Manoel dos Santos Martins, por ter contribuído para o surgimento de novos valores e para o engrandecimento da cultura gaúcha. E o Ver. Flávio Coulon, em nome da Bancada do PMDB, saudou o homenageado, destacando que a entrega do presente título de Cidadão Emérito muito engrandece a esta Casa. Fez um relato da vida do homenageado, dedicada ao comércio de livros, proporcionando o surgimento de novos autores e o desenvolvimento de nossa cultura. Comentou a fundação, em mil novecentos e cinqüenta e quatro, da Livraria Martins Livreiro na Rua Riachuelo onde até hoje se localiza. Salientou o recebimento, pelo homenageado, da “Medalha Simões Lopes Neto” e outros títulos e votos de louvor de todo o Estado gaúcho, por sua atuação no setor cultural rio-grandense. Ainda, o Sr. Presidente entregou ao homenageado correspondência relativa ao evento e convidou o Ver. Hermes Dutra a proceder à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Manoel dos Santos Martins. Em continuidade, o Sr. Presidente concedeu a palavra ao Sr. Manoel dos Santos Martins que agradeceu o título recebido. Após, o Sr. Presidente fez pronunciamento alusivo à solenidade, convidou as autoridades e personalidades presentes a passarem à Sala da Presidência e, nada mais havendo a tratar, levantou os trabalhos às dezesseis horas e vinte e dois minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima terça-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Ver. Frederico Barbosa e secretariados pelo Ver. Hermes Dutra, Secretário “ad hoc”. Do que eu, Hermes Dutra, Secretário “ad hoc”, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores Presidente e 1ª Secretária.

 

 


O SR. PRESIDENTE: Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada à entrega do título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Manoel dos Santos Martins.

A Casa do povo se fará ouvir através dos representantes das mais variadas Bancadas. Neste ato, especificamente, se farão ouvir os Vereadores Hermes Dutra e Flávio Coulon. Com a palavra, o Ver. Hermes Dutra, que falará em nome das Bancadas do PDS, PDT, PFL, PCB, PT, PSB, PL e PC do B.

 

O SR. HERMES DUTRA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, meus Senhores e minhas Senhoras, caríssimo homenageado, Manoel dos Santos Martins, de todos nós conhecido, quase que numa indissolúvel agregação ao seu nome, como Martins Livreiro. Que feliz coincidência estamos vivendo! Hoje, 29 de outubro, na mesma data em que a Câmara Municipal, a comunidade desta cidade, amigos, colegas e familiares unem-se para homenagear Martins Livreiro - um editor de renome - com a concessão do título honorífico de Cidadão de Porto Alegre, comemora-se em nosso País o “Dia Nacional do Livro”. Que data feliz a escolhida para a entrega deste título, e o livro, todos nós sabemos, está intrinsecamente ligado à vida de Martins Livreiro, como aliás, a sua biografia e o seu próprio apelido indicam. Portanto, este é um momento que assume, por si só, o mais amplo significado, eis que vincula o reconhecimento a um personagem popular, a uma data comemorativa pertinente à ocasião. Nosso homenageado, Manoel dos Santos Martins - o Martins Livreiro - começou a trabalhar na mais tenra idade, primeiramente, como jornaleiro; a partir dos 12 anos de idade, trabalhou sucessivamente em livrarias e editoras, o que o levou a tornar-se um fervoroso apaixonado da comunicação escrita e, como conseqüência um autodidata dedicadíssimo. A partir de 1952, passou a dedicar-se ao comércio, por conta própria, ao fundar a livraria jurídica, a primeira especializada no gênero de livros jurídicos nesta capital. No mesmo ano, criou, juntamente com Sétimo Lua, a “Livraria Aurora”, também nesta capital, e ainda existente. Dois anos após, fundou a Livraria Martins Livreiro, que até 82, funcionou ali, no número 1218, na Rua Riachuelo, e hoje ainda se localiza na mesma rua, um pouco mais adiante. Ainda hoje Martins lembra, não sem uma certa dose de orgulho, de João Batista Tavares que ele transformou de um humilde engraxate, a seu primeiro empregado na livraria. Em 68, com o espírito pioneiro, montou uma livraria ambulante, em um caminhão, percorrendo as principais cidades do interior do nosso Estado, perfazendo, nestes roteiros, inúmeros municípios e trazendo excelentes resultados. Sentindo a necessidade de valorizar a cultura rio-grandense, o nosso homenageado fundou, em 69, a Martins Livreiro Editora, que buscava a promoção de autores gaúchos, de novos valores em surgimento, e a reedição de obras esquecidas. Editores, no significado moderno da palavra, são conhecidos no mundo ocidental, desde o tempo do império romano. Cícero, que viveu de 104 a 43 a.C., expressava várias vezes sua satisfação por saber que seus textos podiam ser lidos e encontrados em todo o mundo romano. O resultado do trabalho do editor intervém e influi em quase todas as atividades da vida. Através do livro de lazer e infantil, do livro didático e do técnico, do livro de arte e da cartilha, do livro religioso e do de política. O editor participa intensamente da vida cultural e intelectual, é um mensageiro entre os produtores e os consumidores de bens culturais. Segundo Wolfgang Kanpp, também editor, e cujos “hobbies” são ler livros, falar sobre livros e fazer livros, diz que editar livros é uma atividade quase mais maluca que os escrever. Precisa o editor de uma vasta bagagem cultural, dificilmente será um acadêmico, muito menos um especialista. Ser editor é sempre gratificante. Se um livro vende bem há a satisfação do reconhecimento e da recompensa financeira e se não vende bem há sempre a satisfação de ter feito um bom livro. O editor tem de tudo um pouco, tem algo de banqueiro, banca o empreendimento, só que a sua garantia não é real, é ideal. Tem algo de industrial, ele transforma a matéria prima, os pensamentos, em produtos acabados, que são os livros. Produz ou os faz produzir em quantidades industriais, mas o valor material do seu produto é determinado pelo conteúdo intelectual. Tem também, como não poderia deixar de ser, alguma coisa de comerciante; procura vender seu livro e, por via de conseqüência, sobreviver com isso, o que aliás, muitas vezes, não consegue. Em síntese, o editor, como intermediário entre o escritor com a idéia e um público que a possa aproveitar exerce três funções: social, cultural e econômica. Nas editoras de iniciantes, o próprio editor cuida das diferentes fases pelos quais o manuscrito passa até chegar ao leitor e na Martins Livreiro não foi diferente. Quando começou a editora, nosso homenageado era revisor, editor, vendedor, empregador, cobrador. E ele mesmo, hoje, recordando os momentos duros e penosos do início, quando até necessitava utilizar o telefone do vizinho para recados e se intitulava de “office-boy”.

Mas a verdade é que, sem desvincular do aspecto empresarial que deve envolver uma atividade desta ordem, houve um estímulo muito grande por parte dos amigos que o incentivaram a dar os primeiros passos na direção da Editora.

Tendo se especializado na divulgação editorial da história do Rio Grande do Sul, de seus grandes vultos e feitos, dos folclores e epopéias e de sua cultura em geral, ele sempre precisou investir recursos próprios para editar livros. Formou tamanha tradição como editor que as obras chegavam até ele sem que por elas precisasse procurar. Começou a ser procurado quando as pessoas souberam que ele se preocupava especialmente com obras gaúchas, tanto para que fossem reeditadas exemplares já esquecidos como para a compra de bibliografia específica da nossa cultura.

Como referência histórica, lembro que o primeiro livro editado pela Martins Livreiro foi, em realidade, uma reedição, com mil exemplares do título “Potreiro de Guachos”, de Jaime Caetano Braun, rapidamente esgotada.

O segundo livro, também reeditado e com mil exemplares foi “Antonio Chimango”, de Amaro Juvenal, um clássico da literatura rio-grandense, com direitos autorais cedidos gratuitamente pela Editora Globo.

Hoje, assomam a mais de trezentos os títulos editados pela Martins Livreiro Editor, exclusivamente abordando nossos assuntos regionais.

Segundo depoimentos dos componentes da Academia Rio-Grandense de Letras, a quem, aliás, Martins Livreiro, sem nada cobrar, coloca à disposição, já há muitos anos, as instalações da sede da Editora para a realização de reuniões - o que lhe possibilita, em contrapartida, convivência com importantes figuras das nossas letras e da nossa cultura, ele, Martins Livreiro, - “é o editor que sempre prestigiou a literatura gauchesca, a literatura do Rio Grande, abrindo caminhos e propiciando, generosamente, o surgimento de novos valores literários, contribuindo efetivamente, assim, para a elevação do meio em que convive. Martins Livreiro é o grande incentivador da publicação de obras sobre o Rio Grande, poesia gauchesca, ficção, História, biografias, memórias, etc. De acordo com o Irmão Elvo Clemente, um dos membros da Academia, Martins é o livreiro que apostou no Rio Grande, e a gente do Rio Grande ganhou mais do que ele. Ele entusiasmou os outros a se lançarem no mercado do livro, haja a vista a Livraria Acadêmica de Nilton Souza que lhe seguiu os passos vitoriosos. Mas o nosso homenageado, na ânsia de divulgar o livro, jamais colocou em primeiro plano o retorno financeiro do investimento, remetendo, muitas vezes a quem solicitava obras para amostragem. Como vemos, o livro, que no dizer de alguém, antes de ser um texto, é um objeto: tem forma, cor, textura, volume, cheiro e que podemos até ouvi-lo se folhearmos as suas páginas, está inseparavelmente ligado à vida de Martins Livreiro.

Castro Alves, o grande poeta dos escravos, falou sobre os livros: “Oh bendito o que semeia livros, livros a mãos cheias, e manda o povo pensar. O livro, caindo n’alma, é gérmen que faz a palma, é chuva que faz o mar.” Esta poesia retrata perfeitamente o profundo valor do livro e os bens incomparáveis que ele pode proporcionar a todas as classes sociais, a todas as idades em todos os tempos. Este valor, contudo, não é privilégio na era da tecnologia, mas já era sentido pelos povos primitivos que tinham necessidade de expor suas idéias e registrar seus feitos para a posteridade. Mas os livros, cujas origens de fabricação remontam há mais de 5 mil anos no Egito, primeiramente, usando o papiro, para depois ser  substituído pelo pergaminho, tem experimentado grandes evoluções, chegando, em nossos dias, às mais perfeitas formas de aparência física. Entretanto, seu valor não está condicionado ao seu aspecto físico. Ele vale pelo que contém, seu conteúdo, seu texto. O livro enriquece, enobrece e muda os valores de uma sociedade. Ele substitui o vazio das horas de lazer, recreando o leitor, recreando a sua fantasia e transportando-o ao mundo dos sonhos. O livro muda a visão do mundo e leva o pensamento do homem à consciência crítica dos fatos, tornando-o um ser reflexivo, pois a “criticidade” é por natureza inerente ao veículo literário. O livro é um libertador de sons, imagens, sentimentos, idéias e elementos de informação que abrem as portas do tempo e do espaço. O livro liberta uma Nação do cativeiro da ignorância, do desconhecimento e da opressão, pois um povo lido é um povo livre, caso contrário este povo vê-se bloqueado do seu poder de emancipação, permanecendo paralisado e cercado à espera sempre da justiça social. Manoel dos Santos Martins, o Martins Livreiro continua, em nossos dias, marcando época dentro da sua especialidade. E homenageá-lo é homenagear o livro. Para isto ainda alguns aspectos de sua vida, sejam eles particular ou profissional, precisam ser destacados para que fiquem registrados para a nossa posteridade. Aliás, quero fazer um parêntese que não coloquei no discurso para registrar, nos Anais da Casa, de onde veio a idéia de homenagear Martins Livreiro. Sendo um freqüentador assíduo da Feira do Livro nos últimos 15 anos, dado que não sou desta Cidade, sou do interior, acompanhei a sua evolução de um número de barracas não muito expressivo a hoje a fila que tem de pessoas e entidades que querem participar e não encontram mais lugar na Feira do Livro. E sou daqueles que olham as coisas e, sobretudo, sentem as coisas. E de manusear os livros usados, até por necessidade, a época, e hoje por gosto, se toma contato com esta com aquela editora, com este editor, com este vendedor e vai se fixando com o passar do tempo as pessoas e/ou as entidades que participam da Feira. E, com o passar do tempo, comecei a observar que havia alguém que estava mudando a sua participação na Feira e, sobretudo, com o aparecimento eventual de obras que dificilmente seriam encontradas no mercado. Para isso, lembro-me bem, socorreram-me as leituras de Carlos Reverbel, na “Folha da Tarde” e de Sérgio da Costa Franco, no “Correio do Povo”, hoje, na “Zero Hora”, que seguidamente também comentavam o aspecto desse livreiro que ia lançando livros e mais livros que alguém sequer poderia imaginar que voltassem, desde a “Seleta” e “Memórias” a obras que o porto-alegrense de hoje teria lido alguma coisa em outros livros. Na última Feira do Livro, há um ano, parei, mais uma vez, no estande do Martins Livreiro e fiquei ali a folhear os livros gaúchos e, obviamente, há que se fazer uma comparação entre uma editora que tem um estande relativamente modesto e as grandes editoras nacionais, com obras faustosas, bem encadernadas e com vendedores altamente profissionalizados a vender, ao público que vai à Feira, aqueles sofisticados produtos. Ali, surgiu a idéia de homenagear Martins Livreiro. Achei que como Vereador desta Cidade tinha a obrigação de fazer com que a Casa resgatasse a dívida da Cidade para com essa pessoa que, produzindo, menos para sobreviver e mais para produzir alguma coisa que dissesse sobre o Rio Grande, enfrentou verdadeiros monopólios e hoje pode ser considerado um vencedor. Passou-se o tempo - e faço o registro por justiça - conversei, nesta Casa, com o Ver. Antônio Hohlfeldt, Líder do PT, e que é o intelectual da Casa, e lhe disse da minha idéia, porque não conhecia esse simpático e tímido cidadão. Imediatamente, obtive o apoio do Antônio que me pôs em contato com amigos do Martins e a partir dali passei a elaborar o Projeto com a antecipada consulta aos meus companheiros de Câmara. Porque quando se apresenta um Projeto para homenagear alguém há que se fazer antes uma consulta - até porque não sabemos se haverá votos suficientes para aprová-lo. Não houve o menor obstáculo, a menor obstrução para que se fizesse esta homenagem, o Projeto foi aprovado por unanimidade e fui à agenda das festividades da Casa buscar o dia para homenageá-lo. E por estes caminhos insondáveis do destino só tinha um dia livre que era hoje e que fui, mais tarde, saber - confesso - ser o Dia Nacional do Livro. Quem sabe esta homenagem, também, transcende um pouco da nossa simples forma de ser como matéria?

Mas volto, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, feito o registro, ao discurso. (Lê.) “Personagem muito conhecido dentro e fora do Estado, Martins Livreiro, - Manoel dos Santos Martins -, é constantemente procurado por pessoas que desejam a avaliação de obras. Dono de uma memória invejável é capaz de, olhando títulos de obras, poesias, lembrar-se instantaneamente da pessoa que a solicitou. Ainda hoje se dedicando à editora, pensa sempre quando os problemas se avolumam em largar. Mas, de repente, lá está ele com mais e mais trabalho, prova disso são as feiras do Rio Grande do Sul realizadas fora do Estado que já aconteceram em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e nas quais Martins Livreiro Editora atuou como nosso representante exclusivo, participando com livros gauchescos e obras de outras editoras. Estas feiras são promovidas três a quatro vezes por ano e lá, sempre presente, está Martins Livreiro, divulgando a nossa terra, a nossa gente, os nossos costumes e as nossas tradições. A esse propósito, cabe referir que o Rio Grande do Sul é o Estado que mais edita obras sobre a sua história e sobre a sua cultura, o que faz com que seja o assunto mais procurado nas feiras de livros do País. Aliás, me lembrando disto quando folheava os subsídios para fazer um pronunciamento, tinha em mãos uma poesia que Martins Livreiro, ou Manoel dos Santos Martins, na época tinha sempre em mãos e a dava para qualquer um que a procurasse, tirava imediatamente a cópia da poesia porque era uma poesia que não existia em termos de edição, que é a poesia Retorno Bravo de Ubirajara Raffo Constant. E lendo a poesia, eu que gosto bastante de poesias gaúchas, encontrei inclusive dois versos, Martins, que eu acho que cabe perfeitamente ao teu amor e tua insistência em fazer coisas pelo Rio Grande. São os dois últimos versos do poema que diz: “Meu pai, eu não fui covarde, honrei meu poncho e minha adaga. Fiquei coberto de chagas, mas agüentei o repuxo. Fui valente. Fui gaúcho e peleei com todo o ardor e se aqui vim escondido foi para salvar do inimigo o pavilhão tricolor.”

Isto me lembra, Martins, que tu fazes exatamente isto, só que não o fazes escondido. Estás ajudando a salvar os nossos costumes, os nossos autores, o que de bom, o que é nosso, o próprio do Rio Grande. Mas nosso homenageado que costuma mencionar seguidamente a frase que uma casa sem livro é como um corpo sem alma, foi o grande, foi o grande batalhador pela introdução do livro usado na nossa Feira do Livro. A ele cabe todo o mérito da iniciativa. E aqui, Martins, faço um testemunho público daqueles que, vindo do Interior, e que, enfrentando a Cidade grande com poucos recursos para comprar livros, sempre encontraram no sebo, como se dizia, que aliás para nós, lá do Interior é uma palavra que tem um significado completamente diferente, a forma de saciar a fome de ler, muitas vezes, a necessidade de se fazer um trabalho até para se garantir a passagem do ano. Por falar na nossa Feira do Livro, há um episódio curioso que merece ser contado. O Martins sempre levava consigo como mascote de sua barraca, devidamente empalhado, o primeiro marreco que caçava. Um de seus inúmeros amigos todo ano, como sadia brincadeira, o fazia desaparecer e, no término da feira, como por mágica o marreco sempre aparecia de novo.

Recentemente, no início deste mês, como que num reconhecimento à sua atividade, a sua excepcional atuação no campo da difusão da cultua, foi Martins Livreiro o patrono da Feira do Livro realizada em Cachoeira do Sul. Martins Livreiro, agora, aos poucos está transferindo a familiares a responsabilidade da editora. Podemos dizer que muito embora seu ideal fosse ser médico, Martins Livreiro é uma pessoa realizada, pois fez, fez o que gosta. Sempre externou um único sonho: gostaria de ter nascido numa cidade do interior, na campanha. Quem sabe isso o tenha praticamente levado a radicar-se em Cachoeira do Sul, fazendo assim, talvez, com que seu sonho de se interiorano tenha se tornado realidade, onde muito à vontade pode praticar a caça em menor intensidade e a pesca; segundo ele diz, ainda se consegue tirar alguns dourados no rio Jacuí mesmo que com certa dificuldade.

Martins Livreiro que sempre adotou em primeiro lugar na vida como norma de conduta servir ao próximo, causa de justo orgulho a todos quanto com ele convivem e labutam. Um exemplo vivo de sua preocupação foi a poesia a que me referi “O Retorno Bravo”, da qual sempre havia uma cópia para quem fosse procurá-lo.

Parabéns, Martins Livreiro! Parabéns em meu nome particular, em nome de meu Partido, o Partido Democrático Social, pelo belíssimo exemplo que nos dá e falo aqui com muita honra também em nome do Partido Democrático Trabalhista, do Partido da Frente Liberal, do Partido Comunista Brasileiro, do Partido Comunista do Brasil, do Partido dos Trabalhadores, do Partido Socialista Brasileiro. Tua grandeza humana, Martins, teu trabalho, que a partir de um modesto início de vida, fez que com denodo, entusiasmo, alcançasse renome, tornando-se um conceituado editor. A inestimável contribuição que dás à divulgação de nossa história e da nossa cultura fazem-te (sic) merecedor da homenagem e do título honorífico de Cidadão Emérito de Porto Alegre que hoje estás a receber.

Há títulos que engrandecem a quem recebe, há outros que engrandecem a quem os dá. Nosso caso é o último. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: É com muita honra que passo às mãos do homenageado uma série de manifestações enviadas à Casa, em nome da Presidência, em nome do autor da proposição, em nome do próprio homenageado, todas elas enaltecendo a justiça do título ora concedido e cumprimentando o autor do Projeto e a Casa pela votação unânime e a concessão desse título.

A seguir, concedo a palavra ao Ver. Flávio Coulon, Líder do PMDB, que falará em nome de sua Bancada.

 

O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente e srs. Vereadores, tarefa difícil suceder nesta Tribuna o Ver. Hermes Dutra, autor desta homenagem, mas o PMDB, sob a minha liderança, decidiu não deixar de ocupar esta Tribuna em nenhuma homenagem nesta Casa. Porque estas homenagens têm nos propiciado momentos de maravilhoso encantamento, onde nós temos, efetivamente, prestado justas homenagens a porto-alegrenses ilustres e a pessoas de outros estados, que, conforme disse o Ver. Hermes Dutra, muito mais engrandecem esta Casa do que saem daqui engrandecidos. Combinei com o Ver. Hermes Dutra que faria algumas referências a respeito de Manoel dos Santos Martins, para que elas constassem nos Anais desta Casa, para que, no futuro, aqueles que consultarem esses Anais tenham um registro escrito dos nossos homenageados.

Manoel dos Santos Martins, nasceu em Porto Alegre, no dia 30 de outubro de 1928, sendo filho de Ignácio Manoel Martins e Delphina dos Santos.

A vida e os empreendimentos levados a cabo por Manoel dos Santos Martins, durante sua vida, são exemplo vivo e dignificante de grandeza humana. Tendo começado a trabalhar na mais tenra idade, como modesto jornaleiro, tornou-se, desde logo um apaixonado fervoroso da comunicação escrita e, por conseqüência, um autodidata dedicadíssimo e por fim, um esclarecido e bem informado cidadão. Passou a dedicar-se, então, ao comércio de livros, primeiro, como empregado de editoras e livrarias e, depois por conta própria, como se vê de seu curriculum vitae, vindo a tornar-se, a seguir, um editor de renome, especializando-se na divulgação editorial da História do Rio Grande do Sul, de seus grandes vultos e feitos, folclores e epopéias, de sua cultura em geral.

Deste modo, enquanto enriquecia sua personalidade com sua experiência de trabalho editorial, com suas atividades e grande dedicação, propiciava generosamente o surgimento de novos valores literários, contribuindo assim para a elevação do meio em que vivia e convivia criativamente.

Hoje, sua casa editora tornou-se consideradíssima e, com ela, convivem importantes figuras das nossas letras e da nossa cultura, tendo aberto, generosamente, suas portas à presença da Academia Rio-Grandense de Letras que ali realiza suas reuniões ordinárias.

Assim, constata-se a grandeza humana e operativa de Manoel dos Santos Martins que da modéstia do início de sua vida, galgou com denodo os degraus da fama e tornou-se um conceituado editor, prestando sua inestimável contribuição à divulgação de nossa história e de nossa cultura. Enfim, uma vida exemplar.

Atividades Profissionais: De 1940 a 1943, foi empregado da Livraria Celso Freire F.º, em Porto Alegre; de 1943 a 1950, trabalhou na Livraria Vera Cruz Ltda. em Porto Alegre; em 1951, passou a pertencer ao quadro de funcionários da Editora Guanabara (Waismam e Coogan Ltda.), filial de Porto Alegre; em 1952, fundou a Livraria Jurídica, a primeira especializada no gênero, nesta capital, na venda de livros jurídicos; em 1952, ainda, criou, juntamente com Sétimo J. Luizelli, a Livraria Aurora Ltda., em Porto Alegre; em 1954, fundou a Livraria Martins Livreiro até 1982 à Rua Riachuelo, n° 1218, e, hoje, ainda na mesma rua, porém no prédio de n.º 1273; em 1968, montou uma livraria ambulante que, num caminhão, percorreu mais de trinta municípios do interior do Rio Grande do Sul; em 1969, fundou a MARTINS LIVREIRO - EDITOR, especializada na publicação de livros que abordam assuntos sul-rio-grandenses, hoje com mais de trezentos títulos editados.

Outras atividades representativas: Presidente, durante quatro anos, do Pinhal Atlético Clube; Membro do Conselho Deliberativo e atualmente Conselheiro Fiscal do Glória Tênis Clube; Conselheiro Fiscal da Câmara Rio-Grandense do Livro; membro do Círculo de Pesquisas Literárias do Rio Grande do Sul.

Títulos Honoríficos: o Governo do Estado do Rio Grande do Sul concedeu-lhe, em 3 de novembro de 1982, de Conformidade com o Decreto n.º 21.669 de 25 de março de 1972, tendo em vista sua excepcional atuação no campo da difusão da cultura, em que se notabilizou em sua atividade de editor voltado para a cultura sul-rio-grandense, a “Medalha Simões Lopes Neto”; em 4 de novembro de 1983, tendo em vista sua valiosa contribuição, como livreiro-editor às letras sul-rio-grandenses, a Fundação Ilha de Laytano concedeu-lhe o título de “Benemérito da instituição”; Sócio Posteiro de “Os Anhangueras”, Grupo Amador de Arte, de São Borja, por sua inestimável contribuição no setor editorial do Rio Grande do Sul, conforme título honorífico conferido em 19 de abril de 1981; Voto de Louvor, concedido pela Câmara Municipal de Caxias do Sul; Voto de Louvor concedido pela Câmara de Vereadores de Sapiranga; Voto de Louvor da Câmara Municipal de Esteio; Voto de Louvor concedido pelo Polo Cultural do Município de Cachoeira do Sul; e, hoje, Cidadão Emérito de Porto Alegre.

Quando verifiquei na lista das homenagens do mês de outubro o nome de Manoel dos Santos Martins, procurei o Ver. Hermes Dutra e perguntei a ele: Ver. Hermes Dutra, quem é Manoel dos Santos Martins? Disse o Vereador: Martins Livreiro. E pronto, imediatamente uma pessoa totalmente desconhecida passou a ser uma pessoa altamente conhecida. E me parece que à margem, e por cima de todos esses títulos e honrarias que Martins Livreiro já recebeu, a grande honraria que ele já recebeu, recebe e carrega é, justamente, ser Martins Livreiro. É essa a identificação. Não me parece que exista uma homenagem maior da intelectualidade do Rio Grande do Sul aqui representada e muito especialmente desta peonada que se esparrama por este pampa gaúcho do que esta marca Martins Livreiro, Martins, o homem do livro, Martins, o livresco. Me parece que a sociedade do Rio Grande do Sul foi assaz generosa, assaz perspicaz, para lhe prestar esta grande homenagem. Deixa de existir Manoel dos Santos Martins, e existe, em todo esse meio da intelectualidade, recebendo os agradecimentos de todos aqueles que têm o conhecimento de sua obra. Essa obra que, de maneira sutil, de maneira desapercebida entra em nossas casas. Há poucos dias, o meu filho trazia uma reedição da “Selecta”, e dizia: “Pai, no tempo de vocês era isto?” E eu lembrava que li, no jornal daquela época, uma homenagem muito grande à lembrança de Martins Livreiro, de editar este livro. Aliás, quando comentava na Universidade a respeito dessa homenagem, me disse um professor: “Irás homenagear o livreiro romântico do Rio Grande do Sul.” Porque o homem que edita as obras mais com o coração do que com a razão é o último dos românticos que tem nesta terra. Essa peonada toda que está aí lendo esses livros gauchescos, e na base do romantismo, pois como dizia este meu colega: “Tenho certeza absoluta que Martins Livreiro não fica rico, não ganha dinheiro com esses livros, mas os edita na base do coração, na base do amor a esta terra, onde ele nasceu.” E eu quero lhe dizer que, com toda a honra que lhe oferecemos este título de Cidadão Emérito para os cidadãos que nasceram em Porto Alegre, tenho certeza absoluta que, se Martins Livreiro tivesse nascido em qualquer lugar deste Rio Grande do Sul, ou em Cachoeira, como disse há pouco o Ver. Hermes Dutra, hoje estaríamos aqui lhe outorgando o título de Cidadão de Porto Alegre, com todo o merecimento. De modo que, meu caro Martins Livreiro, em nome desta Cidade, eu, na qualidade de Líder do PMDB, tenho a grata honra, a grande satisfação, em nome destes milhares e milhares de pessoas espalhadas por este Rio Grande do Sul e por este Brasil, pessoas estas, como já disse, desde o mais alto intelectual, desde o mais alto desembargador desta terra, até o mais humilde peão desta terra, que, graças a ti, tiveram acesso a esta maravilhosa literatura, a estes maravilhosos momentos de encantamento que nos deixam estas literaturas, eu aqui estou para te cumprimentar, cumprimentar a teus familiares e amigos por este título alcançado e te agradecer, em nome do PMDB, em nome, fundamentalmente, de nossa cidade, por tudo aquilo que fizeste, por tudo aquilo que representas e, sem dúvida alguma, por tudo aquilo que continuarás fazendo pela nossa cultura. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A seguir, convido o Ver. Hermes Dutra, autor da Proposição, para fazer a entrega do Título ao nosso Homenageado.

 

(É feita a entrega do título.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o nosso homenageado.

 

O SR. MANOEL DOS SANTOS MARTINS: Sr. Ver. Frederico Barbosa, Prof. Dante Laytano, Presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Letras, Prof. Darcy Luzzatto, Presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Dr. Hugo Ramires, Presidente da Estância da Poesia Crioula, Srs. Vereadores, meus Senhores, minhas Senhoras. “Vivo, nesta hora, um sonho, talvez, o mais bonito de todos que ousei sonhar, parece mentira que o poder legislativo da minha Cidade, e a totalidade dos nobres Vereadores de todas as bancadas, tenham resolvido conceder este altíssimo galhardão a este humilde e despretencioso artesão do livro. Sempre procurei me furtar às luzes dos destaques, nunca desejei ser atração, na minha condição de livreiro busquei transformar os autores que edito, no centro das atenções, deslocando corretamente para as suas pessoas e obras, no interesse do público e agora, comovido, vejo-me cercado de honrarias, rodeado pelas pessoas que me são mais caras, afetivamente, e distinguido pelos mais ilustres homens públicos desta Cidade, recebendo a distinção mais importante que eles podem conferir. Interpreto este título e o recebo como um aval, como endosso de tudo quanto tenho procurado fazer em defesa da nossa cultura mais significativa em torno de nossos autores, muitos dos quais quase no anonimato, vem construindo pacientemente uma obra de amor, autênticos heróis da literatura, em prosa e em verso, da história. Quero repartir com eles esta honra que é grande demais para carregar sozinho. Eu que sempre amei esta terra; vejo, agora, que o meu amor é correspondido. Toda a minha vida foi dedicada a letra impressa, guri, ainda, já andava pelas ruas vendendo jornais, do jornal passei para o livro. Levado pela minha incultura, envergonhado pela falta de formação escolar, procurei me cercar de livros, e a eles devo o que sou. Se vierem tristezas e preocupações, muito mais me darão alegrias como esta que vivo neste momento. Os livros me trouxeram as amizades que cultivo e das quais não abro mão. Convivi, intimamente, com alguns dos mais renomados intelectuais do Rio Grande, como Érico Veríssimo, Moisés Vellinho, Dionélio Machado, Walter Spalding e tantos outros, que me deram, a par de sua amizade, o seu incentivo e o seu apoio. Graças a eles, quando ninguém se preocupava com colocar os títulos esgotados de nossa melhor bibliografia à disposição das novas gerações, tratei de reeditá-los e fui, por um breve e fugaz momento, o Quixote de literatura gaúcha, a investir contra os moinhos de vento da descrença. Vencido o primeiro embate, aventurei-me no lançamento de títulos e autores novos e, outra vez encontrei um público ávido de leitura, sequioso de saber. A promoção de nossa cultura ensinou-me uma lição preciosa - a de que é preciso confiar nos jovens, realidade de Hoje, semente do Amanhã. É cada vez mais imperioso investir na juventude, dar-lhe condições de acender o seu próprio facho, de iluminar o futuro.

Para mim, homem do povo, cultura é amor. Amor por esta terra e por esta gente, amor por nossas tradições, que nos justificam como povo e que nos conferem uma identidade original. Que cimentam a nossa união e enfatizam a nossa solidariedade. Perdidas na poeira dos tempos as disputas entre Chimangos e Maragatos que partiram em duas a sociedade gaúcha, faz-se mister unir, somar, multiplicar. O Rio Grande não se doma jamais. Quanto mais leva espora e mango, mais corcoveia, como os cavalos aporreados que nunca abaixam o toso. É a cultura deste povo aporreado que eu defendo e nela apostei minha vida.

Este é um ato de amor. Nobre Vereador Hermes Dutra, meu companheiro de ideal, legítimo representante do povo porto-alegrense. Vossa Excelência e seus dignos pares nesta Casa, pelos difíceis caminhos da política também se dedicaram ao mesmo apostolado, a esta terra, a esta gente. E pelo mesmo motivo - por amor. V. Excelências brilham nesta Tribuna, esparzindo luz. Eu me oculto atrás dos livros, Tribuna tão nobre como esta que ocupo agora. Muito obrigado.” (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Ao finalizar esta Sessão Solene, a Presidência dos trabalhos gostaria de cumprimentar nosso homenageado mais uma vez e também o autor da Proposição, o Líder da Bancada do PDS, Ver. Hermes Dutra. Na Presidência de outras Sessões Solenes tenho dito e repetido que a Casa do Povo de Porto Alegre se vê envolvida diariamente por força do mandato popular que nos é concedido, a um debate que certamente nos atinge em algumas horas do dia, mas interiormente nos cerca pelas 24 horas do dia. Se por um lado nossa missão e nossa obrigação é defender os vários segmentos sociais que nos trazem a este Plenário, por outro lado, todos nós, independente de correntes partidárias, nos sentimos extremamente felizes quando companheiros conseguem pinçar junto aos vários segmentos sociais nomes que recebem a unanimidade deste Plenário em homenagem como esta que fazem com que, além do homenageado, a Câmara Municipal de Porto Alegre também sinta-se homenageada pela presença dos amigos, dos parentes, daquele que escolhido por um Vereador torna-se cidadão desta Cidade, por título, por honra e por mérito.

Portanto, no momento em que Sessões como esta, repleto o Plenário por pessoas que representam a intelectualidade e a cultura de nossa Cidade, acorrem a esta Casa, nós temos absoluta certeza que nós cumprimos com um bem, também a nossa obrigação, que é a de reconhecer o mérito de algumas pessoas, que certamente pela chancela de seus amigos mostram a certeza da homenagem que ora realizamos. Arriscaria e ousaria, prezado autor da Proposição, que citou a coincidência do Dia Nacional do Livro, em dizer que existem, no mínimo, mais três coincidências: a coincidência de que há pouquíssimos dias atrás esta Cidade inaugurou a Rua do Livro, que daqui a 24 horas menos 17 minutos estaremos inaugurando mais uma Feira do Livro e por último, para que todos saibam inclusive que coincidimos a Sessão de hoje com a data do aniversário do próprio autor da Proposição. Portanto, meus amigos, minhas amigas, assim ousando chamá-los, parece que a Sessão de hoje irradia simpatia, que irradia cultura, que irradia acima de tudo a justiça da homenagem estar repleta e cercada de coincidências.

Ao encerrar a presente Sessão, gostaria de penhoradamente, em nome da Mesa, e de todos os Vereadores desta Casa agradecer a presença de todos os senhores e, na impossibilidade de citar o nome de todos os presentes, fazer através dos componentes da Mesa, do nosso homenageado Manoel dos Santos Martins, do ilustre também Cidadão de Porto Alegre, Prof. Dante de Laytano, Presidente da Academia Sul-Rio-Grandense de Letras, do Prof. Darcy Luzardo, presidente da Câmara Rio-Grandense do Livro, Dr. Hugo Ramirez, presidente da Estância da Poesia Crioula, do Frei Rovílio Costa, também Cidadão desta Cidade, e finalmente citar também a honra que tem a Casa de receber o Ministro Raul Cauduro e o ex-Deputado Temperani Pereira, que juntamente com todos os senhores e todas as senhoras muito nos alegraram na tarde de hoje, com as suas presenças.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.

 

(Levanta-se a Sessão às 17h20min.)

 

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